terça-feira, 9 de maio de 2017

Meninas são estúpidas, vá por mim. E se são ansiosas aí é que fodeu tudo mesmo

Às vezes (ou quase sempre) você só quer uma segunda chance. Precisa dela para acalmar os próprios demônios internos, os quais nos azucrinam ao longo da vida. Isso tudo porque a gente não nasce com um manual, cheio de explicações sobre o que e como fazer durante a existência e segue cometendo erros - por vezes bobos; noutras, grotescos. Não desejo para ninguém o amargor do "e se..."; o peso das dúvidas que nos tiraram dos trilhos; a responsabilidade de arcar com o fracasso, fruto de escolhas que, no fim, são somente nossas. Não desejo mesmo.

Eu precisava de uma segunda chance. Precisava de um botão que me voltasse no tempo e me desse outras memórias, só pra ser mais feliz. Precisava acordar vinte anos atrás com a cabeça de agora e tomar as rédeas como uma mulher, não como uma menina. Meninas são estúpidas, vá por mim. E se são ansiosas aí é que fodeu tudo mesmo. Hoje, minha ansiedade não cabe em mim. Hoje eu percebi que não tenho mais tempo; que a vida não rebobina; que não dá pra mudar palavras que foram ditas, assuntos que foram cortados no meio do caminho; não dá pra desistir de desistir. Não dá. Não dá mais. A vida andou pra frente e só agora eu vi que eu fiquei lá atras, naquele instante que nunca se resolveu dentro de mim. 

Será que é pedir demais consertar os erros? É atropelo querer mais tempo, quando a vida corre, tal qual um trem bala? Será egoísmo querer assim?! Ou será somente um desejo enorme de ter a felicidade que eu sempre busquei - e a qual eu estou certa de ter plenos direitos? Será que eu tenho direito?! A porra do "e se..." fodeu comigo. Não desejo esse buraco no espaço-tempo nem pro Temer, pra vocês terem uma ideia. 

Pois bem. Eu pensei que teria uma nova chance. Que o sol brilharia novamente pra mim. Que eu estaria ali defronte com a menina que eu perdi a tantos anos atrás pelo simples medo de enfrentar o mundo. Naquele "e se..." eu me perdi completamente - e temo nunca mais me encontrar.

Por isso, na próxima vez que pensar em desistir, lembre-se da escritora que perdeu a chance por ser covarde demais; por achar que haveria outras oportunidades; por acreditar na balela que a felicidade bate na porta da gente sempre que a gente permitir. Uma vez que se fecha a porta para a felicidade, ela não volta. Jamais. Percebi que ela é vingativa, encrenqueira e muito, MUITO orgulhosa. Não olha pra trás, não dá novas chances. Simplesmente te olha de relance e diz, irônica: pode comemorar! Você não me verá nunca mais. 

2 comentários:

  1. Talvez, o certo mesmo seja não refletir muito sobre isso e se focar inteiramente no presente. Enterrar os nossos mortos. Talvez, um dia a gente entende o por quê de tudo isso.

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    1. Tenho visto que é muito difícil enterras os mortos, francesa. às vezes eles ressuscitam somente para lembrar que, muito provavelmente, estejam mais vivos do que nós. :S

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