Palavras tortas para quem me tornei
Eu sou a moça das Graças
Que ouve Gil, misturado com
Gal
Chico
Bethânia
Que compra flores
E pinta a casa de cores doidas
Pra permitir que a alegria entre
Eu não caibo mais nas antigas amarras
Eu não entro mais na camisa de força
E grito forte quando invadem
Esse espaço que é só meu
Essa casa
Que é de Frida
De Lula
De liberdade
De acolhimento
De entrega
E tanta coisa mais
Eu sou essa casa
Velha, porém forte
Cheia de poréns, mas tão resoluta
Esse espaço que se construir de tantas lutas
De tantas lágrimas e devaneios
Essa casa, que agora se faz presente
Se apresenta como eu mesma
Ela é uma extensão de mim
Daquilo que sonho
Daquilo que quero
Daquilo de que não abro mão
Eu sou ela e ela sou eu
A casa que me fez a mulher
(Mariana Lira)