domingo, 10 de maio de 2015

Sexo é imaginação....

Era para falar de sexo, esse era o desafio. Mas, entretanto, contudo e todavia, eu me peguei pensando que o sexo pelo sexo, no fim das contas, não era nada - na verdade, cheguei a conclusão que o sexo, em si, representa apenas 1% nas profundezas do relacionamento à dois. Importa, de verdade, o que vem antes, nas preliminares, quando a vontade de ser o outro agiganta-se em carinhos a fim de fazer explodir a pequena morte tão desejada.

Toda essa reflexão, acreditem, nasceu depois que eu assisti ao dicotomicamente amado e odiado 50 tons de cinza. Eu já tinha ouvido toda sorte de comentários. Tanto os femininos quanto os masculinos. Ouvi que era uma cartilha do sexo; que era uma alienação machista, que transformava as mulheres em objetos sexuais; que mulheres só se interessam por caras com dinheiro; que o filme prometia sexo e não oferecia nada, apenas o característico "moído" feminino (palavras do meu irmão). Eu, entretanto, ainda não havia formulado minhas próprias conclusões. Não li o livro e não havia assistido ao filme, então concluí que não seria certo tecer críticas sem eu mesma avaliar a história.

A cena foi engraçada. Começamos, eu e o marido, a assistir a um filme que, ao meu ver, mostrava-se muito erótico. De repente, chegaram meu irmão e a namorada e, em poucos minutos, meu pai sentou-se na sala. Assistimos, então, em família, a um dos filmes mais polêmicos da história cinematográfica (exagero meu. Licença poética, tá?!). Enquanto eu assistia ao filme e ouvia, ao fundo, os comentários revoltados do meu irmão, eu comecei a lembrar de um documentário da Discovery Channel, o qual assisti há muitos anos atrás. O doc falava justamente sobre sexo e erotismo e o que, no frigir dos ovos, chamava a atenção de machos e fêmeas, homens e mulheres, na hora da conquista. A conclusão, em todos os casos, foi exatamente a mesma.

Passarinhos, leões, tigres, elefantes, macacos, colhinhos, gatos, cachorros e, inclusive, o próprio ser humano têm uma relação muito profunda com o poder. Não falo do poder financeiro, visto que instintivamente o dinheiro não conta, mas do poder exalado pelo macho no processo de conquista da fêmea. Em todas as relações, sejam entre bichos ou seres humanos, o macho mais forte prevalece. A explicação é científica: inconscientemente a fêmea escolhe o macho que considera mais forte por uma série de decisões biológicas tomadas antes mesmo de ela nascer - o macho mais forte terá os melhores genes, aqueles que garantirão a perpetuação da espécie; o macho dominante será o mais propenso a protege-la dos perigos do dia a dia; o macho mais forte será o mais capacitado para proteger a prole e garantir a sobrevivência de todos.

Conosco, seres humanos, essa capacidade de perpetuação da espécie e de garantia dos melhores genes está intrinsecamente ligada a existência de um poder econômico ou à capacidade mostrada pelo macho de evoluir e, assim, garantir uma boa vida para a família. Já estou até ouvindo os gritos e xingamentos, mas, no fim das contas, trabalhadoras ou não, o que toda mulher procura é um cara que lhe traga segurança - e a segurança financeira aparece no topo desta lista. Desculpem a sinceridade - é que depois dos trinta eu deixei de ser hipócrita.

Voltando ao filme: o que eu vi foi justamente isso: um cara que exalava poder e conquistou a mulher, E me atirem pedras as mulheres que nunca suspiraram por um homem de terno; nunca tremeram nas bases quando um homem mais viril as fitou, avidamente; quando um homem realmente poderoso teve a audácia de corteja-la e a fez sentir a mulher mais foda de todas. Por favor, né?! Sem hipocrisia. No mais recôndito das fantasias, homens e mulheres sonham com parceiros poderosos, viris, sensuais, audaciosos e que os coloquem em pedestais. Afinal, isso é fantasia, gente! #pelamordedeus!

O bom da fantasia, no entanto, é o fato de ela jogar uma fagulhazinha na realidade e depois esvair-se no ar, deixando na boca o gosto doce dos beijos do seu parceiro. É o fato de ela deixar a vida mais divertida, porque a rotina cansa e mata qualquer relacionamento. A fantasia joga a medida certa de pimenta no dia a dia de duas criaturas que se complementam. E, eu digo a vocês: sou totalmente a favor das fantasias vividas a dois, com liberdade sexual entre marido e mulher e autonomia para mostrar ao outro o que é bom de verdade. E essa coisa de ser livre no sexo ganha espeço quando não sobram argumentos pudicos entre quem se ama e se quer.

Como diz Rita Lee: Sexo é imaginação, fantasia....... é poesia!




4 comentários:

  1. Você me surpreendeu, Mari. Muito bom o seu texto. E, parabéns, pela coragem de 'dar a cara a tapa'. Entendo, perfeitamente, o que você disse e concordo.

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  2. Achei que ia ser mais facil escrever sobre algo que considero tao natural... Mas confesso que ainda nao sei por onde começar. Gostei muito do texto. Principalmente pela transparência.

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  3. Eu curti a experiência. Assisti a esse filme foi um exercício de desprendimento. Não vou aqui dizer que trata-se de uma grande produção, mas tem lá seu valor. E fala de uma coisa que eu acredito muito: ninguém, pelo menos é o que eu imagino, nos dias de hoje, passa a vida toda no papai e mamãe rsrsrsr. Pra mim isso é natural. Tem que ser. Do contrário deixa de ser sexo pra ser coito.....né?!

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  4. Eu curti a experiência. Assisti a esse filme foi um exercício de desprendimento. Não vou aqui dizer que trata-se de uma grande produção, mas tem lá seu valor. E fala de uma coisa que eu acredito muito: ninguém, pelo menos é o que eu imagino, nos dias de hoje, passa a vida toda no papai e mamãe rsrsrsr. Pra mim isso é natural. Tem que ser. Do contrário deixa de ser sexo pra ser coito.....né?!

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